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8 de setembro de 2022

Como se aceitar em uma roupa de banho?

CONFIRA

Como se aceitar em uma roupa de banho? Examinamos minuciosamente essa questão com Karine Weber, psicóloga. Autoestima, aceitação e julgamento são noções muitas vezes ligadas à facilidade, ou não, de colocar as pernas ao ar livre.

Nos últimos anos, eu só me senti bem em um maiô de uma peça. Assim não dá para ver minha barriga… mas por que decidi da noite para o dia que minha barriga não pegaria mais sol? Moda? Conforto? Ou simplesmente não querer mostrar esse abdômen que mudou desde os 16 anos? A verdade é que hoje já não assumo tanto o meu corpo como há uns anos…

Alguns já conhecem esse sentimento há muito tempo. Eles e elas foram construindo isso ao longo do tempo e estão se fechando um pouco mais a cada verão. É grave? Talvez, talvez não. Mas, graças a Karine, nos fazemos as perguntas certas e tentamos entender por que, às vezes, ao vestirmos esse maiô, podemos enganar nossa mente.

E se fosse possível redescobrir a espontaneidade de uma criança de 3 anos correndo livremente à beira d´água? Bem, não precisamos ir tão longe… E se fosse possível APENAS recuperar sua espontaneidade e sua despreocupação?

Meu corpo, meu maiô e eu

“A solução para se sentir bem de em uma roupa de banho é simples: ir sozinho para uma ilha deserta.”

Obrigada Karine! Karine é uma boa amiga que te fala as coisas com muita simplicidade e precisão. Quando ela me disse isso, eu ri e entendi de onde ela tirava essa ideia.

Um dos motivos que reprime ou dificulta o uso de um maiô é o olhar alheio. Dito assim, é desconcertantemente óbvio, é verdade. “O maiô nos expõe, a nós mesmos e ao olhar do outro, e como estamos em busca do corpo perfeito e de sermos amados pelo outro, temos medo de seu julgamento.”

E se estivéssemos cercados por pessoas gentis, será que nos importaríamos tanto com o que as outras pessoas pensam? Karine continua seu raciocínio: “Em primeiro lugar, não deveríamos aprender a amar os outros e não ser sistematicamente sensíveis ao seu julgamento?” Finalmente, esse julgamento que temos medo de receber, não o levamos também para o outro? Uma espécie de círculo vicioso que nos coloca uns contra os outros e reforça esse sentimento de ser constantemente examinado.

O olhar que aniquila

Pois bem, uma vez que o olhar do outro foi desconsiderado… Há um outro olhar que é muito importante, e é aquele que às vezes nos impede de olhar no espelho. Sabe qual? O NOSSO. Nós somos os piores juízes de nós mesmos. “Somos os críticos mais severos do nosso corpo. Não devemos nos limitar a um envelope carnal. Os chamados corpos imperfeitos nem sempre são nossa culpa! Devemos remover essa pesada responsabilidade e lembrar que cada um de nós tem uma morfologia e história diferentes.”

Portanto, é certo que ao assistirmos regularmente aos meios de comunicação e redes sociais, rapidamente percebemos que nem sempre temos o corpo que a sociedade espera. Então, qual a melhor coisa a fazer? Nós nos curvarmos, nos privarmos, nos deprimirmos para nos tornarmos o que os outros esperam de nós? Ou aceitarmos uns aos outros? “Meu corpo é imperfeito, e isso só diz respeito a mim.”: essa é a frase da Karine para ir à piscina. E é tão verdadeira!

A Karine nos dá um exemplo disso com o IMC, você sabe, o famoso cálculo que permite obter o índice de massa corporal. Então, sim, é uma das referências mais precisas hoje para saber se estamos acima do peso. Seja como for. “Note-se que é necessário ter um IMC de 20 para ser uma pessoa bonita? É verdade que a aparência é a primeira coisa que vemos, mas podemos resumir a pessoa ao seu invólucro carnal?” Liberte-se dos números que a balança mostra, ou que o IMC lhe diz, há muitos preconceitos para definir se seu corpo merece um biquíni, um maiô ou uma jaqueta até os pés.

A comparação é um veneno

Escutando a Karine, me pergunto por que algumas pessoas se aceitam facilmente com um corpo que poderia ser chamado de “imperfeito” e por que outras não. O que influencia nossa autoestima e autojulgamento?? Ela me diz que tudo é construído desde a infância, comportamentos e acontecimentos que vivenciamos desde a mais tenra idade: “Rejeição, esses padrões de crenças e medos, nos levam a quem somos hoje.”

Essa frase difícil é rapidamente esmagada por uma onda de positividade: “a boa notícia é que podemos mudar!” Ufa. Lembramo-nos de como as crianças são difíceis na escola primária. É simples: quando temos algo que foge da norma, somos destacados, a diferença é intrigante. É grave não estar na norma? Karine continua sua fala cheia de bom senso: “A diferença da normalidade é a singularidade”. Você tem que aceitar ser único! E isso muda tudo!

Ela finaliza com duas noções que parecem muito próximas: o complexo de inferioridade e o sentimento de inferioridade. Vamos prestar atenção nas palavras por alguns segundos: “ter um complexo de inferioridade significa enfatizar nossos pontos fracos. O sentimento de inferioridade é querer melhorar, e isso não é ruim. O verdadeiro problema é ficar preso no calcanhar de Aquiles.” Então, vamos nos concentrar em nossos pontos fortes e parar de procurar comparações a torto e a direito (enquanto escrevo, tento me convencer também, garanto!).

Os conselhos de Karine para se aceitar em uma roupa de banho

Após esta conversa fascinante, peço a Karine que me dê 3 dicas para que a gente se aceite em uma roupa de banho (você me dirá, você poderia ter começado com isso, mas teria tirado toda a essência de nossa troca). Karine te propõe a se fazer 3 grandes perguntas e agir de acordo com as respostas que lhe chegam espontaneamente:

1. Você consegue vestir uma roupa de banho sem problemas em uma ilha deserta?

  • Sim – Neste caso, é o olhar do outro e seu julgamento que te incomoda, e você terá que tentar descentralizar esse interesse do olhar do outro.
  • Não – Se mesmo em uma ilha deserta isso parece complicado, procure apoio para recuperar uma boa autoestima e uma melhor percepção do seu corpo.

2. Você seria tão dura com sua amiga quanto você é consigo mesma?

3. Como eu me aceito e ofereço amor?

E Karine finaliza esta troca com 3 palavras, 3 últimas dicas simples para colocar em prática no seu dia a dia para se sentir bem com seu corpo e na sua cabeça. Lembre-se de “cabeça-prato-tênis”. As palavras falam por si: para se aceitar, tem que acontecer primeiro na cabeça e na autoestima, depois no prato, promovendo uma alimentação equilibrada, se respeitando. E, finalmente, os tênis. Nada como um corpo em movimento para restaurar uma dinâmica positiva!

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