Circuito W em Torres Del Paine – Experiência de Trekking

Neste post, a gerente de E-commerce e Conteúdo da Decathlon Brasil, Stephanie B. Leites, conta como foi a sua primeira experiência no trekking. Logo pra começar ela encarou o circuito W, na Patagônia, com duração de 4 dias. Confira como foi!

Como foi minha experiência de fazer o primeiro trekking da minha vida no circuito W em Torres Del Paine na Patagônia Chilena.

Primeiro, a ideia não foi minha, foi do meu marido. Mas mesmo um pouco preocupada e, admito, um pouco assustada (afinal seria o meu primeiro trekking, bem longe de casa, em um lugar mais frio), eu aceitei.

Depois vieram muitas perguntas e pesquisas para responder a todas elas:

• Em qual época do ano fazer?
• O que eu preciso levar?
• Eu vou carregar tudo durante 4 dias?
• Eu devo alugar algum equipamento ou devo comprar todos?
• Como me preparo fisicamente para o trekking?
• E a segurança, com o que devo me preocupar? (Confira aqui as nossas 10 Regras de ouro de segurança para o seu trekking)

Entre muitas outras questões que foram surgindo durante o nosso planejamento…

Vou aproveitar este depoimento sobre a minha experiência para tentar ajudar os esportistas, que assim como eu, são “marinheiros de primeira viagem”.

A preparação

Iniciei os treinos, ou melhor, os intensifiquei. Já pratico atividade física regularmente, mas na minha preparação incluí muitos treinos de escada e aderi à mobilidade urbana. Abandonei o meu carro e o metrô e andei de bicicleta todos os dias. 🙂

Ótima decisão! Me ajudou muito, pois sofri pouco por cansaço muscular ou falta de aptidão física.

Comprei todos os equipamentos e vestuário que precisava, entre eles:

• Barraca de trekking
• Saco de dormir
• Isolante térmico
• Jaqueta 3 em 1
• Segunda pele
• Fleece
• Kit de cozinha para camping
• Mochila de trekking
• Bota de trekking
• Bastões de caminhada
• Roupa impermeável (usei muito, costuma chover bastante por lá)

Estudo feito, treinos feitos e mochila ok, fomos para o desafio.

O trekking – Circuito W

No total, foram 4 dias. Durante o trekking também fizemos trilhas.

Dia 1

Chegamos no dia 26 de fevereiro, verão no Chile. Dia agradável, com sol.

Pegamos um ônibus de Puerto Natales até o Parque Nacional Torres Del Paine. Nesse momento, já começamos a sentir o clima do que é fazer um trekking: todos de mochilas grandes, sacos de dormir pendurados, muitos sorrisos e simpatia.

Chegando no parque, registramos nossa entrada, pagamos uma taxa, ganhamos um mapa impermeável muito bom e assistimos a um vídeo informativo com as regras do que pode ou não ser feito no parque, como, por exemplo, as indicações dos lugares nos quais podemos acender o fogareiro.

Informações importantes, porque, há alguns anos, o parque sofreu um incêndio enorme e até hoje muitas áreas não se recuperaram. 

Informações ok! Pegamos uma van que nos deixou no acampamento Las Torres, nossa primeira parada. Montamos nossa barraca, fizemos nossa janta e fomos dormir cedo para estarmos bem dispostos no dia seguinte.

Dia 2

Neste dia só fizemos uma trilha. Deixamos tudo no nosso acampamento e só levamos uma mochila menor com a comida do dia, bastões de caminhada, muita água e roupa impermeável, caso fosse preciso.

Saímos do acampamento Las Torres em direção as tão famosas Torres Del Paine, 3 montanhas maravilhosas!

Passamos o dia inteiro caminhando. Foram em torno de 4 horas para subir e 3 horas para descer, o que não foi fácil, mas valeu cada passo.

Dia 3

Foi o dia mais difícil, o dia do trekking. Levantamos cedo, guardamos todo o acampamento e enquanto preparávamos um belo café da manhã, organizamos as mochilas para o dia de caminhada.

Foram 9 horas de caminhada e quase 30 km para ir do acampamento Las Torres até o acampamento Paine Grande.

Normalmente as pessoas acampam no meio do caminho, em uma das opções que existem: acampamento Los Cuernos, Francês ou Italiano, porém como não reservamos com antecedência estas opções estavam lotadas.

Não recomendo fazer o que fizemos. A caminhada foi dura, teve subida, descida e muita chuva. Além disso, não fomos ao mirador britânico, que dizem que é maravilhoso, mas não tinha como adicionar mais 11km de caminhada neste dia.

Enfim, precisamos seguir direto, mas mesmo com a dificuldade passamos por muitos lugares maravilhosos.

O dia estava quase acabando quando chegamos em Paine Grande, morrendo de fome e sem energia para montar o acampamento. Montamos a barraca mais rápido do que nunca para evitar a chuva, jantamos e dormimos.

Dia 4

Acordamos cedo para aproveitar o café da manhã que o refúgio servia (mesmo acampando você pode comprar o café da manhã), e valeu a pena. Foi caro, porém foi necessário depois das dificuldades que passamos no dia anterior.

Preparamos uma mochila pequena para a trilha e saímos em direção ao Glaciar Grey. Mais uma vez fomos surpreendidos pelas paisagens. Cada trecho do parque é muito diferente e muito bonito.

Foram em torno de 6 km para chegar até o Glaciar. Chegando lá o vento estava impiedoso, a sensação era que iríamos sair voando.

Aliás, durante todos os dias ventou muito. Então é muito importante estar preparado com: jaqueta corta vento e impermeável, luva e touca ou algo para proteger o ouvido.

Mais uma vez ficamos vislumbrados com a paisagem e a imensidão do gelo.

Voltamos para Paine Grande. Mais 6km. Levantamos acampamento e voltamos de catamarã até a Guardería Pudeto. De lá pegamos o ônibus para voltar para Puerto Natales.

A experiência

Torres Del Paine foi apaixonante. Cada passo resultava em uma paisagem nova e impressionante, foram momentos muitos especiais que nunca vou esquecer. Difíceis, sim. De superação, sim. Mas que faria tudo de novo.

Quem sabe agora, depois do circuito W, o próximo não será o circuito O, aonde é feito a volta completa no parque Torres Del Paine?

Stephanie B. Leites 
Gerente E-commerce e Conteúdo e Iniciante em Trekking
Decathlon Brasil

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Nos vemos nas montanhas! Até mais!!