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31 de março de 2023

A produção em madeira incentiva o desmatamento?

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Material natural valorizado por suas qualidades, a produção em madeira também é reconhecida por toda a dimensão responsável que a acompanha (apesar de algumas, que por vezes, ainda têm a pele dura). 

Mas, afinal, o que é desmatamento? Quais são as consequências? Afinal, usar madeira no design de produtos nas indústrias é uma boa ou má ideia? E o plástico? Porque produzir, transportar e manter um objeto, seja ele qual for, inevitavelmente tem um impacto. Então, como encontramos o equilíbrio? Continue a leitura e confira:

Produção em madeira: causa ou consequência do desmatamento?

No final do século XIX, com o aumento da população, a produção em madeira obteve um forte aumento de demanda, para satisfazer as necessidades de todos. Era o material mais utilizado na indústria. 

Resultado: no início do século XX, apenas 10% da superfície do país ainda era arborizada. Foi então que surgiu a primeira sensibilização, e as medidas de proteção das florestas.

O mundo do esporte não escapou dessa. Por exemplo, os pares de esquis de madeira, ou a velha raquete de tênis vintage. Isso mostra que a madeira está na moda e é valorizada por suas qualidades.

Nesse sentido, foi no início do século XX que o mundo industrial começou a se interessar por outros materiais: começou a revolução do plástico. Mais fácil de trabalhar, mais rápido e sem mudar com o tempo. A madeira então é deixada em segundo plano e a sua utilização começa a cair.

Assim, estava apenas surgindo uma consciência em nível global sobre os impactos globais dos materiais. Começamos a nos interessar pelos objetos e pela maneira como são feitos. 

Dessa forma, conseguimos avaliar o impacto de um produto ao longo do seu ciclo de vida, além de poder medir o impacto dos materiais utilizados. Com estas medidas, aparentemente os de origem natural representam uma certa vantagem ambiental: em alguns casos, menos impacto de CO2 em comparação com outros materiais.

Produção em madeira

“Os atores do setor estão mais uma vez interessados ​​em madeira. Hoje, ao redescobrir este material, é essencial como designer de produto escrever um novo capítulo esclarecedor sobre a utilização da madeira, evitando os erros do passado, conhecendo os desafios do presente e garantindo um futuro responsável.”

Por que usar madeira no design de produtos?

Produção em madeira significa apostar tanto nas suas características técnicas como na sua vertente tradicional. No domínio dos artigos esportivos (por acaso), encontra-se mais particularmente como elemento estrutural ou como substituto de painéis planos de um produto. 

No caso de uma bicicleta ergométrica em madeira, estaria nas peças que suportam a bicicleta: os pés, armação e haste. É também usada para prender objetos: alças de scooter, bicicleta e alças elétricas. A madeira tem uma pegada agradável.

Agora, do ponto de vista puramente técnico, a madeira trará vantagens ao produto, como a baixa densidade. Ao mesmo tempo, garantirá uma certa elasticidade do material durante o uso: por exemplo, quando a bola de críquete atingir o bastão de madeira em alta velocidade, este último será capaz de absorver o choque, sem ser danificado apesar de sua leveza. 

A madeira também está ligada a toda uma noção de percepção, mas que apela para a ordem do emocional. Mais especificamente, é um material estético, agradável ao toque e com importantes funções de design. 

O charme de um alvo de cortiça e um banco de yoga em madeira são argumentos que prevalecem na escolha do material durante o projeto. Ao contrário do plástico, que permite maior flexibilidade na fabricação das peças, a madeira é um material que impõe simplicidade e eficiência. 

Para sua montagem, ele é colado, parafusado ou travado por blocos, vigas ou placas. Esta restrição oferece aos engenheiros a oportunidade de focar no essencial. Pelo lado tradicional, usar a madeira para projetar um produto também é simplesmente seguir uma determinada escola. Tacos de hóquei, pinos de boliche e tacos de bilhar são exemplos essenciais de artigos esportivos de madeira. 

Ainda hoje, mantêm estes mesmos materiais de design por respeito à tradição, mas também por questões de propriedades e vantagens da madeira.

Qual é o impacto ambiental da madeira?

Produção em madeira

A madeira, como qualquer outro material, não possui impacto ambiental zero. Ainda que colocada na categoria de materiais naturais, carece de ações de transformação. Seja no corte, transporte ou tratamento para proteção contra os diversos impactos do tempo ou uso, a madeira não cresce “pronta para uso”.

Podemos falar da secagem da madeira, por exemplo. Em países quentes, aproveitamos os raios solares para secá-la, mas quando o clima não permite, a madeira é seca de forma acelerada por meio do aquecimento a óleo, aumentando consideravelmente seu impacto ambiental.

Para garantir que o fornecedor de madeira utilize métodos mais respeitosos com o meio ambiente, podem ser utilizadas certificações externas. Essas certificações são garantias de que a madeira do operador será manejada de forma sustentável. 

Inclusive, a União Européia definiu este conceito de gestão sustentável. Isto significa que: 

“o operador se compromete a gerir e utilizar as florestas de forma e com tal intensidade que mantenham a sua diversidade biológica, a sua produtividade, a sua capacidade de regeneração, a sua vitalidade e a sua capacidade de cumprir, agora e no futuro, funções ecológicas, econômicas e sociais relevantes, local, nacional e internacionalmente, e que não cause danos a outros ecossistemas.”

Como ter certeza de estar fazendo o certo?

A certificação ambiental nem sempre garante um impacto reduzido: você deve estar ciente disso ao ter uma visão global do ciclo de vida do produto. 

Um produto feito de árvores cortadas em um país próximo ao seu local de fabricação e distribuição, que não se beneficia da certificação FSC, tem mais impacto do que o mesmo produto feito de uma árvore certificada pelo FSC, empurrado para o outro lado do planeta? 

Não é fácil encontrar as respostas certas. A avaliação ambiental de produtos pode ser uma forma de tentar arbitrar, mas a questão continua complexa.

Todas as florestas do mundo são essenciais para o equilíbrio planetário

As florestas cobrem hoje quatro bilhões de hectares, ou 30% da superfície da Terra. Mas essa é uma riqueza ecológica ameaçada: todos os anos, desaparecem 13 milhões de hectares.

Todas as florestas do mundo são, no entanto, essenciais para o equilíbrio planetário. O desmatamento representa uma tripla ameaça: para a biodiversidade, para o equilíbrio climático global e para as condições de vida das populações locais que vivem em bacias florestais.

Quais são os perigos do desmatamento?

As florestas têm um papel fundamental graças ao processo de fotossíntese. As árvores absorvem e armazenam carbono em suas raízes, troncos, galhos e folhas. Assim, as florestas e, especialmente os solos florestais, são o segundo maior sumidouro de carbono do planeta depois dos oceanos. 

Portanto, as florestas ajudam a limitar o aquecimento global. Esses sumidouros de carbono são ambientes vulneráveis ​​cuja capacidade é reduzida pelo aquecimento global e seus efeitos. 

A gestão florestal sustentável também permite preservar ou melhorar o sequestro de carbono na floresta. A preservação delas, então, é uma das principais alavancas da transição para o baixo carbono.

Por que é importante saber tudo isso? Simplesmente porque se conhecermos todas essas informações, temos a garantia de que a matéria-prima utilizada vem de fonte confiável, legal e sustentável. 

Concretamente, o que se sabe?

De uma forma muito simples, podemos ler em um mapa todo o percurso de um material. Nessa jornada, os pontos são etapas pelas quais o produto passa e indicam os detalhes do local de sua extração, o nome da empresa envolvida, etc. 

Assim, podemos controlar toda a cadeia de valor e encontrar junto aos nossos fornecedores e parceiros soluções com menor impacto no ambiente, relacionadas à produção em madeira.

(E se você está se perguntando, em 2021 a Decathlon teve 20% do faturamento global proveniente de produtos de origem francesa. O restante vem da China, Vietnã e Índia. Podemos fazer melhor? Provavelmente sim, e estamos trabalhando nisso.)

Quer saber mais sobre nossas iniciativas sustentáveis? Continue acompanhando o blog SouEsportista e aproveite!

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