Conscientizando-nos um pouco mais sobre a respiração na prática da yoga.
“A yoga é a prática de silenciar a mente.”
Essa máxima, tão simples à primeira vista, mas tão profunda à medida que vamos entrando em cada uma de suas palavras. Foi dita pela primeira vez por Patanjali, um dos pilares fundamentais da filosofia da yoga. Mais uma vez, a yoga nos surpreende com sua infinita sabedoria: a yoga é a prática de silenciar a mente… Será que isso é realmente possível?
Sim. As palavras constituem uma parte fundamental da nossa realidade. E, se isso é dito pela literatura espiritual mais antiga da história, como vamos ignorar? Ela também nos adverte que será um caminho longo, mas quanto mais rápido começarmos a dar pequenos passos, mais rápido viveremos a experiência e nos aproximaremos desse silêncio, desse samadhi!
E esse primeiro passo para silenciar a mente, para trabalhar com ela ao nosso lado, é nossa respiração.
A respiração na prática da yoga é associada à palavra em sânscrito pranayama. Ela é entendida, especificamente, como a extensão da energia vital. Tal energia se move a cada segundo por todo o nosso corpo e centros energéticos. Constitui o veículo imprescindível que une e coordena nosso corpo físico e nosso corpo mental.
Quando estamos atentos a nossa respiração, quando nos focamos em nossas inspirações e expirações, nossa mente começa a focar, a desenvolver um estado de consciência mais sutil do que temos em nossa vida quotidiana, e é precisamente este o único requisito necessário para começar a ajustar nossa atenção e voltar nossos sentidos para dentro. Este pequeno ato nos leva a estar completamente em nosso presente, com os pés e o coração em nossa esteira. Unificar nossa atenção na respiração com a dança do nosso corpo durante a prática de postura. Essa ação começa a nos dar uma primeira parte desse silêncio, desse estado meditativo ao qual Patanjali se refere em sua frase.
Entendendo um pouco a importância de vibrar com nossas inspirações e expirações, aproveitaremos essas linhas que nos restam para introduzir a respiração ujjayi, ou respiração vitoriosa: a técnica comumente utilizada durante nossa prática de asanas.
A respiração vitoriosa leva esse nome porque, como já falamos, indica a vitória da mente sobre nossa desconcentração. É uma recuperação que se centra em três características principais:
É uma respiração na prática da yoga na qual sempre se inspira e expira pelo nariz. Tentamos focar em prolongar nossas inspirações e expirações o máximo possível, em três ou quatro tempos. Para acalmar o sistema nervoso central e acalmar nossa pulsação.
É uma respiração diafragmática. Fazemos com que o ar chegue à zona baixa de nossos pulmões para aumentar pouco a pouco a capacidade respiratória e fazer com que nossa respiração seja profunda e completa.
É uma respiração sonora. Contraímos ligeiramente a garganta – a epiglote – ao inspirar e expirar, gerando um som parecido com o das ondas do mar. Esse som nasce de nossa garganta e simplesmente nos cativa e nos move com seu ritmo.
Todos esses componentes juntos nos ajudam pouco a pouco a nos concentrar não apenas no ato de inspirar e expirar. Também ajuda a escutar a respiração e nos fazer estremecer mais facilmente ao seu ritmo. Podemos começar praticando essa respiração deitados em nossa esteira ou em uma postura confortável de pernas cruzadas (usar, para maior conforto, o apoio ou tapete de yoga da Decathlon) e, pouco a pouco, com a prática da yoga e nos sentindo mais cômodos com essa respiração, tentamos incorporá-la à nossa prática de asanas ou posturas.
Lembre-se, sobretudo, que a yoga vai muito além de exercícios que podemos realizar com nosso corpo. Por isso, ao incorporar nossa atenção na respiração, poderemos lentamente começar a colorir nossa prática com novas cores e, principalmente, começar a experimentar esse tão esperado silêncio da mente… Então, vamos praticar e respirar de forma consciente!
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